terça-feira, 9 de fevereiro de 2016




                Historiafato

Pela minha contagem, segundo ano que o governo de Brasília silencia o carnaval das escolas de samba que a gente acostumou a ver e a ir, desfilar; começaram deslocando novamente do espaço ideal, espaço chamado ceilambódromo para lugar nenhum, lugar agora de um silencio de comunidade negra envolvida, essa que deve fazer jus a uma decepção nos corpos protestando, reclamando, contra algo que vai justamente contra a falada diversidade de acontecimentos na rua que some aos tradicionais. Mas não, uma coisa é slogan de governo outra coisa é a realidade. Visitei a praça do D.I, Taguatinga e percebi um espaço asfixiado e delimitado para os blocos passarem o grupo de tambores no chão, enquanto uma banda aparelhada aguardava sobre o palco apresentação que achei literalmente sem o Axé, o bloco Asé Dudu é um bloco antigo merece todo o respeito. O carnaval se for bloco sincero é preciso desfilar pela avenida e não ficar restrito em um curral. Tem de estar disposto a escrever, brigar por isso e sair das camisas de forças institucionais. Sejamos subversivos ao menos em fevereiro. O carnaval é para gente brincar e chapar. Não para tocar na festa da cidade como um acordo firmado? É em fevereiro. Quem manda em carnaval não era pra ser governo. Quem manda em carnaval é energia de gente. No Plano Piloto fui ao bloco concentrado no setor bancário, muito monocolor no bloco, vendedores brancos empurrando o carrinho de vendas sobre o visitante. Aproveitaram todos os acontecimentos para boicotar o carnaval de escola, quando não era a oposição tradicional de grupos religiosos. Esse ano foi o mosquito com três vetores que transmitiam vírus e insegurança para beijar. Em todas as entrevistas na tv o mote é ser o carnaval da segurança e da limpeza. Tudo mentira porque as posturas dos corpos quando se depara com foliões diferentes é fobias e repulsas. Já não basta enredo que endossavam companhias e governos, agora contra a festa mosquito de três qualidades, os cones da secretaria de segurança, giroflex toda hora, tambores no chão; o palco de aço, estrutura alta, uma banda branca, um palhaço sem graça, musica sem gás. Como nada é novo, somos a pirraça disso tudo, existimos. Será que todxs estamos de passaporte comprado, o governo, as pessoas, e os defensores de governo? Viajamos pra longe e pra perto, de modo que distanciamos das principais questões do mundo pop negro. Quem quiser ficar eu fico, mas não fecho o bico.
Dilmar Elemento Preto



     http://revistausina.com/2015/08/15/performar-a-resiliencia/





    http://revistausina.com/2014/02/15/tiradentes-2014-e-o-cinema-brasileiro-contemporaneo-parte-i/

revista usina 9 2 2016


http://multiplotcinema.com.br/2012/06/entrevista-com-adirley-queiros/
revista multplot 9 2 2016