segunda-feira, 9 de novembro de 2015



    mais uma tragédia, dentre tantas nesses lugar, nas tais minas que levaram as minas para as europas se beneficiarem, commodities mais cômodos para eles, compram terra, desalojam gente, compra governo, prefeito, licença de ibamas. aqui acolá agente fala que o perigo é usina nuclear de angra dos reis. até o tal Drummond já disse do trem que leva a terra, e deixa o rejeito em bacias para virar a enchente do inferno que vai matar gente, e criação, quem não mudou porque não pode, ou porque não avaliava que iria acontecer tragédia. o  que acontece, o que essas caneta de interesses assinam e as consequências. quantos trens deixam, quanto de investimento, nesse arrendamento que eles fecham? e os buracos que  ficam desse petróleo tirado se preenche com o que? e os preto desalojados, do quilombo avistado de subsolo cobiçado?

O maior trem do mundo
Carlos Drummond de Andrade
(nascido em Itabira, MG - 1902-1987)


O maior trem do mundo
Leva minha terra
Para a Alemanha
Leva minha terra
Para o Canadá
Leva minha terra
Para o Japão

O maior trem do mundo
Puxado por cinco locomotivas a óleo diesel
Engatadas geminadas desembestadas
Leva meu tempo, minha infância, minha vida
Triturada em 163 vagões de minério e destruição
O maior trem do mundo
Transporta a coisa mínima do mundo
Meu coração itabirano

Lá vai o trem maior do mundo
Vai serpenteando, vai sumindo
E um dia, eu sei não voltará
Pois nem terra nem coração existem mais.

(Publicado em 1984 – Jornal “O Cometa Itabirano”)

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