segunda-feira, 2 de novembro de 2015



   
    Ó
Nos vivemos cercados de comentários resignados. Teatro é uma profissão antiga? Já sou antigo? Profissão de loucos/a. Segunda feira, horário de verão. Domingo zero hora, sempre entra em vigor alguma coisa de cima para baixo. Minha mãe, também deve não saber muito sobre as possibilidades dos cabelos duros. O que esse teatro oferece como esperança e inquietude? Essa música funck, rap, jazz, forró, música. O que as coisas sonoras urbanas ofertam como esperança, inquietude? O que as secretarias dos governos oferecem como proposta em financiar pessoas empreendedoras, sem antes exigir que elas desfigurem seus projetos, para incluir; o que elas chamam como critério para aprovar? Ter “responsabilidade social”. Esse teatro negro/a é o que estamos a buscar, vamos jogar tudo que for a nosso favor. Outros teatros já de história. O teatro experimental do negro, os teatros que já passamos por eles, as notícias de outros teatros negros por aí. As nossas oficinas de brasília, onde não passávamos de elenco de apoio e exótico. E não daria para contar isso em casa; até hoje, vai dizer que esta fazendo teatro; porque as pessoas sempre nos diziam na sua ideia de sobrevivência, “é preciso arranjar uma coisa que dê futuro”. Essa ideia nossa é a possibilidade de a palavra transmitida ter um acompanhamento. Não mais a palavra do militante negro/a, somente. A palavra pura nos discursos. Agora é a lombra encorpada. Palavra instrumentada. Palavra suada. Palavra dor no corpo. Não pertencemos ao Hip Hop. Eu gosto do rap, do rock, do forró, de funck e do que estiver para dialogar. Onde estiver convite, ou nos auto convidamos . Vamos estar. O bagui é celebrar o tempo agora e combater a desumanidade que o racismo dos racista acarreta. Ideologia para combater ideologia torta. Quem sabe o corpo de segurança dos espaços ditos públicos, passem a nos considerar como gente, como agitadores/a, lokos do entusiasmo de ser negro, ser negra. E parem de dar gelo, quando nossa presença chegar aos espaços. Quem sabe você, equipe de segurança passem a refletir sobre zelar de um espaço para todos/a. Que ninguém deva ter espaço vitalício para ensaio; os seguranças não devem antes de olhar nos olhos das pessoas, já despachar, “não chegou ninguém ainda não, pode voltar, tem ensaio hoje não; tem essa sala cheia de pó e deposito de equipamentos sucateados, se vocês quiserem ensaiar aí ’’. Será que se agente adquirisse fama no teatro filmado na Europa e contratar uma agente branca, será que com a presença dela, agente terá acesso aos locais ditos públicos? Não é seguro, sozinho ainda terá de se apresentar na portaria para identificar como se fosse o primeiro contato. A mão no coldre da arma como instinto espanto foi só mais uma das recepções. Porque algumas pessoas possuem espaço cativo para transitarem nas repartições e outras, nem depois de dizerem que trabalham no mesmo negócio, ainda são suspeito/a?. Outras questionam privilégios e são aplaudidas, como verdadeiros/a sagazes inteligente, iluminados e sensíveis. Outras já são enxotadas pela baba do latido, fungado dos seguranças, orientados a despachar essas peles pretas de vozes, de corpos questionadores. É preciso refletir que os espaços necessitam de atividades acontecendo, é isso que justifica suas existências. Gente frequentando, principalmente gente preta comum, fumando maconha e bebendo cerveja, que são os mais tirados, mais são os mais usados, os que são substratos que dão inspiração aos premiados arrombados. Pois, se você não sabe, vou dizer. Os governos “sensíveis” que são, gostão de fechar os minguados espaços ou darem a eles outras funções. Ocupar, movimentar, é uma forma de acontecer vitalidade, consolidar o lugar. Que fortalecerá junto com a comunidade que tem a ousadia.
Elementos Pretos é a ousadia da negritude viva.
Esse evento aí, foi para história a crítica que veio agora.
Rafael Dos Santos Nunes
Todxs convidadxs para "Refletirem a Lombra" com Dilmar Zambi, concepção e direção Elementos Pretos.
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